Meu cantinho

Criei um cantinho para postar os meus primeiros vôos, na inebriante tarefa que é escrever. Aqui tem os meus pensamentos, as minhas revoltas, e tudo o que vai pelo peito de uma mulher que é uma eterna apaixonada.
Coisas de mulher com alma sonhadora.
Mas sem pretensão de ser escritora.
Beijos e beijos

Tania

quarta-feira, 17 de junho de 2009

- A Chácara dos meus sonhos


Tempos atrás, fiquei fisurada na idéia de comprar uma chácara que tinha uma casa já conhecida por mim e que eu namorava há tempos.
Era linda, Bem arrumada, limpinha, uma pintura alegre, bons vizinhos, uma ventilação ideal para o clima quente da nossa terra. Ao redor da casa tinha bastante pés de coqueiros, e um rio que cortava o terreno, além de ser na beira mar. A chácara tinha escola para moradores, campo de futebol, quadra de esportes. Não tinha hospital é claro, mas um bom posto de saúde para atender aos que moravam no terreno.
Eu namorava a chácara e a casa como ninguém, mas nunca me atrevi a fazer uma oferta para comprá-la. Eu sabia que meus filhos adorariam a possibilidade de a possuírem.
Passou-se um tempo e a chácara depois de muitos inquilinos foi a leilão. Era a hora de eu me atrever a comprar o pequeno paraíso. Afinal, depois de tantos moradores ela seria minha a qualquer custo.
Lá estava eu na 1ª fila dando lance, brigando com muitos para ficar com a chácara. Não quis nem me interessei em ver as condições em que ela estava. Eu fazia qualquer negócio para tê-la. Afinal, era o meu sonho.
Ganhei o leilão, arrematei por um monte de dinheiro que fiquei devendo a amigos que me emprestaram, mas meus filhos estavam felizes.
Eles corriam pela varanda da casa nova, davam ordens aos empregados, faziam festas com os amigos para comemorar, era só felicidade.
Tempos depois, começaram as primeiras crises. Empregados me cobrando salários atrasados pelos inquilinos anteriores, outros mais graduados pedindo aumento para me ajudarem na administração da propriedade. Vieram as primeiras chuvas de inverno e o sistema de drenagem do terreno não existia, e logicamente a água empossava por todo lugar. O mar, em uma rebeldia sem tamanho lavava minha calçada, destruindo um bom pedaço dela. E eu não sabia o que fazer.
Os problemas se acumulavam, a bela pintura descascava, já não tinha dinheiro para manter a limpeza como antes, e a escolinha que havia no terreno, bem como o belo campo de futebol e a quadra para prática de esportes aos poucos estavam se deteriorando. Era tudo um caos, e o melhor que eu podia fazer era passar dias em outras casas que tenho, bem longe da confusão instalada.
Eu não conseguia renda para manter aquela chácara, estava tudo penhorado, eu havia comprado uma falência. E briguei tanto para ficar com ela, em uma vaidade tola e desmedida.
O terreno não produzia renda, e o que produzia ficava logo retido com os débitos que havia. Os habitantes do terreno, alguns funcionários, alguns meeiros, viviam a reclamar da fome, da falta de energia elétrica, da água empossada, e eu nada resolvia.
Que fiz eu? Como fui comprar uma casa com um belo terreno, sem antes tomar conhecimento de qual era a situação dela? Fui iludida pela beleza do lugar e pelo último inquilino, um senhor meu amigo com quem eu sempre passava um tempo a conversar amenidades, comendo tira gosto e bebendo uns drinques.
Que faço agora? Quem quer comprar essa chácara?
Será que vai demorar muito para eu conseguir me livrar dela? Afinal, eu tenho mais o que fazer, além de administrar uma massa falida. Ela já não é o meu sonho, não é tão bonita como antes, e os meus filhos... perderam o encanto por ela.
Afinal, nem festas tem mais...

Tania

Um comentário:

  1. para bom entendedor meia palavra basta kkkkkkkk vc é fantástica kkkkkkkkk

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