Caminhamos perdidos. Como bêbados em madrugadas, segurando corrimões sujos em percursos cheios de curvas. Fazemos subidas e decidas em terra de chão batido que doem nos corpos que insistem no ser.
Já não ouvimos caixinhas de músicas, nem canções de ninar. Bailarinas insistem em danças repetidas quando já não tem platéia. A boca geme, os dentes rangem e o bruxismo tem o gosto amargo de partidas não feitas. Somente existe presente uma mão cega a afagos em cabelos molhados de saudades. Uma solidão que mutila o corpo que treme e se nega a se possuir. É uma insistência de sermos ainda, quando urge a hora de ser solidão.
Lembranças com gosto e cheiro de leite talhado invadem a passagem de corpos que oscilam. Horas antigas de relógios quebrados não são bem vindas. Meus campos se fazem lamas que seguram pés aflitos no andar.
Preciso voltar. Longas braçadas devem me fazer sair e reaprender a andar. Mas não existe a certeza do querer. Velhos hábitos impedem um novo andar.
Tania
Já não ouvimos caixinhas de músicas, nem canções de ninar. Bailarinas insistem em danças repetidas quando já não tem platéia. A boca geme, os dentes rangem e o bruxismo tem o gosto amargo de partidas não feitas. Somente existe presente uma mão cega a afagos em cabelos molhados de saudades. Uma solidão que mutila o corpo que treme e se nega a se possuir. É uma insistência de sermos ainda, quando urge a hora de ser solidão.
Lembranças com gosto e cheiro de leite talhado invadem a passagem de corpos que oscilam. Horas antigas de relógios quebrados não são bem vindas. Meus campos se fazem lamas que seguram pés aflitos no andar.
Preciso voltar. Longas braçadas devem me fazer sair e reaprender a andar. Mas não existe a certeza do querer. Velhos hábitos impedem um novo andar.
Tania