Meu cantinho

Criei um cantinho para postar os meus primeiros vôos, na inebriante tarefa que é escrever. Aqui tem os meus pensamentos, as minhas revoltas, e tudo o que vai pelo peito de uma mulher que é uma eterna apaixonada.
Coisas de mulher com alma sonhadora.
Mas sem pretensão de ser escritora.
Beijos e beijos

Tania

domingo, 3 de outubro de 2010

Dia contra o Tabagismo... Credo!!!


Credo!!!! Fizeram-me um dia contra o tabagismo
Será que é falta de projetos, do que fazer no país, ou foi só para satisfazer o ego de alguns?!?!?
Todos nós crescemos vendo, assistindo, e endeusando quem fumava. Em casa sempre se teve algum membro que não dispensava uma boa baforada depois das refeições. E ninguém reclamava, achava ruim, ou morria de raiva. Pelo contrario achava chique e elegante.
Quem fuma... Fuma porque quer, porque tem dinheiro para comprar um maço de cigarros e um isqueiro por vezes chique. Ninguém rouba ninguém mata porque não tem um cigarro... No Maximo fica de mau humor. E sempre tem consciência dos males do fumo.
Se te incomoda o cigarro alheio, mude de lugar, peça licença e se retire, mas não cesse o direito de uma pessoa de fumar o seu cigarro. Vocês por acaso fazem barraco, quando assistem alguém tomar uma boa dose de Wisk??? E se ficarem atentos não ficara só em uma dose, e provavelmente o bebedor saira sem condição de andar dirigindo, e haja bafômetro, para ter o uso negado...
Essa mesma dose poderá matar voce, ou qualquer inocente.... Sem querer...
Acho que no lugar do tão falado Tabagismos deveriam pensar na fome, na prostituição de crianças, em quantas pessoas estão nas calçadas dormindo abrigados por papelões, a espera de algum caridoso que lhes leve uma sopa quentinha na madrugada....
Que tal em vez de estar abanando o nariz, e reclamando, não vamos passar nas rotulas do Shopping, e assistir as crianças fumando crack, limpando o pára-brisa do seu carro, lhe pedindo uma moeda que você não dá, e por medo fecha o vidro fume do carro. Ou... Se estiver sozinho a caçar, e é uma menina bonitinha, convida para entrar e ser usada em troca de uns trocados, de varias formas e modos... Haja Kamasutra...
Vamos pensar no bem da população e principalmente dos que estão sendo formados agora, com bares, bebida, drogas, e cigarro na esquina das escolas, onde não existe fiscalização, e um belo atestado que só servem lanches...?!?!?!
Que tal começarmos a nos preocupar com quem as nossas e nossos filhos andam fazendo nos show dos Aviões da vida? As conseqüências são sempre abafadas, o uso dos nossos carros indevidamente, as gravidezes indesejadas, e em conseqüências os terríveis abortos feitos clandestinamente. Haja Citotec...
Não... O mundo virou de cabeça para baixo. Não podemos traumatizar nossos mandões filhos, que bebem que fumam que usam drogas, que chegam em casa sem sabermos que horas chegou, e dormem a manhã toda cansados... Afinal ser baladeiro dá trabalho, e o esforço é grande. E contribuímos para tudo isso, por comodismo, por modernidade. O que incomoda mesmo é o cigarro que estou vendo alguém fumar inocentemente.
Esta vida, esses dias que estamos vivendo são tão turbulentos. Vamos nos preocuparmos com o rapaz, e as moças, que nossos filhos trazem para dormir na nossa casa. Dr. Almir está preocupado com o crescente aumento da AIDS, com a falta de uso das camisinhas que não protege só contra AIDS... Existem outros tipos e modos de doenças que não nos preocupamos, o que incomoda mesmo é o cheiro do cigarro...
Tania

segunda-feira, 14 de junho de 2010

80 anos de Papai


Para muitas pessoas, o mais importante é ter uma família. Para mim é ter um pai como o meu.
Meu companheiro de 55 anos, onde vivemos bons e maus momentos, felicidades e tristeza, mas sempre companheiros, sempre juntos, não importava a época, a crise, o momento que vivíamos.
Mesmo sendo rebelde, dando trabalho, um tanto quanto independente além do limite, sempre o tive ao meu lado me apoiando, socorrendo, curando minhas feridas, e por vezes dando brocas também. Afinal não sou fácil de se conviver.
Dele herdei o sobrenome e um monte de manias. A força de vontade de viver, a independência, a coragem que não conhece a palavra Medo, e outras coisas que não vale a pena citar.
Acho que nossa ligação vem de outras, e outras vidas. Pois ele é o meu grande mourão que resiste a tempestades, e sol quente que enfrentamos juntos. Arrancamos energia e coragem das nossas entranhas, onde as crises não lutamos contra elas, mas domamos, pegamos de jeito procurando entendê-las, sempre com humildade, respeito, força, suor e batalha... Como bons guerreiros.
Hoje são seus 80 anos, bem vividos. E se o bom Deus permitir, outros virão. Onde irá nos ajudar, aconselhar, ver seus netos e bisnetos crescerem sempre com a força e o velho refrão: “tenho que trabalhar, não sou vagabundo”.
Obrigado por existir... Te amamos muitoooo

Tania

quinta-feira, 10 de junho de 2010

Quando a Esclerose Muliplca resolve fazer parte de sua vida


Durante uma vida, briguei estrada a fora, pela felicidade, para ser forte dura como o diamante que apesar da dureza tem beleza.

Comi como traça livros, em uma ânsia de saber, de conhecer, de falar quando conhecia o que falava.

Curtir o dia o sol, o sal da água da praia. Amei a noite, a lua, a areia de praias em amores infinitos.

Cantei os grandes amores, Vinicius, Chico, e os que meu pai cantava para mim em canção de ninar, Nelson, Dolores,...

Dancei abraçadinha aos beijos. Curtir Roberto Carlos e a Jovem Guarda, voltava pés descalços depois de “The Tops”.

Vivi os melhores anos desse mundo, sem armas, sem drogas, sem policia, sem pedofilia, sem ligar o radio para ouvir tragédias.

Apaixonei-me várias vezes, e finalmente encontrei o grande amor de outras vidas, outra vez.

Fiz a passagens de filhos para esse mundo, e como premio ganhei uma pedra preciosa (Safira) que é uma grande razão da minha felicidade, que me acompanha faz 7 anos.

Sou livre, solta, louca, e valente.

Vc chegou como herança, para conviver o resto da vida comigo... Mas não vai tirar o meu sorriso, o meu batom, nem a minha vontade de brigar para ser sempre mais forte.

Os meus olhos continuaram pintados. Mesmo esquecendo, terei paciência para esperar a hora da lembrança,

E um dia... Que não deve estar longe, eu voltarei a dançar...

Porque... Eu serei sempre forte e dura como um diamante, que insiste em brilhar.

domingo, 11 de abril de 2010

Voltar para Aracaju...


Era época de Natal, eu uma adolescente obrigada as viagens de fim de ano com a família, e o frio gela meus pés, estou cheia de saudades, as lembranças de Aracaju o lugar onde eu posso ver um céu azul chegam e aquecem meu peito. Estou longe do meu sol, de suor escorrendo no rosto, de ruas sem asfalto, do meu rio correndo com golfinhos se exibindo. Aqui eu não tenho nada disso, eu quero voltar...
O que me importa se aqui é minha terra, minha casa, cheia de conceitos e preconceitos, aqui eu não vejo Zé Peixe como um peixe vencendo as águas com um saco de plástico na cintura onde guarda o dinheiro que recebeu. Aqui é muito frio, e tem muito prédio grande. Eu nem posso sair sozinha; fingir que vou à igreja ver Pe Claudionor, e ficar nas escadas do fundo da igreja, ensaiando um namoro cheio de conversa e paixão, onde só se pegava na mão, e roubava-se um rápido beijo na despedida.
Todos os dias quando a sineta do japonês toca, para vender frutas, fico pensando no meu Cavaco Chinês, nos “sonhos” quentinhos da padaria, no final da tarde, lógico depois de comer o cachorro-quente de Seu João lá no parque, e de muito brincar de mocinho e bandido, com Pascoal, Ceiça Lisboa, João Carlos, Liz e Max, e o chato do Tadeu que devia ficar com Angélica, no balanço afinal Popo já amarrou as cordas na árvore e eles são pequenos ainda, mas querem entrar na brincadeira, lá na cascatinha, um prédio abandonado?! Não, acho que uma montanha de pedra com entradas e saídas que nos servia de diversão.
Eu amo todos aqui, mas já é hora de voltar. No próximo Natal eu volto um pouquinho, mas agora já vai ser Festa de Reis, e eu quero ir para Itabaianinha. Eta! A turma está toda lá esperando, Jurinha, Ângela, Leda, e eu vou comer doce de carambola, na casa da Vó de Tensinho e Leda. Hum! Só quem já provou sabe como é bom. E o melhor, quando voltarmos de Itabaianinha, Seu Tobias ainda não desarmou o carrossel.
Vamos embora, já é tempo de voltar... Eu juro que vou prá banca de D. Virginia, sem reclamar, aquela chatura onde só se aproveita a presença de Inácio, o irmão dela que está lá pintando e nos fazendo rir, isso até Padre Pedro chegar resmungando.
Eu estou com tantas saudades. Quando eu chegar na banca não vou inventar brigas com Max e Luizinho Santana, eles pensam que são autoridades, só porque o pai é dono de cartório, eu conheço Barreto Mota que é famoso e nem me gabo; e tem ainda o purgante irmão de Agláe Fontes, uma mulher que eu não sei nem quem é,só sei que é amiga de meu pai, mas ele acha que é gente muito importante...
Eu sei que aqui é a casa de meu Avô e estou em casa. Ela é grande, tem um pé de coqueiro que papai plantou, tem conforto, mas eu prefiro ficar brincando de queimado, pinta galo, e macacão lá no Instituto Histórico. Não precisam ficar preocupados! Eu vou brincar mais com as meninas do que com os meninos, já marquei com Lú e Nete, filhas de seu Araujo da Cinelândia, Elaine e Ealine que são filhas de Zenilde, tem também Angela e Leda Teixeira, que são filhas de seu Hermes aquele que tem a padaria na frente dos correios, nenhuma delas vai levar irmão. Eu acho... Mesmo porque vale à pena, depois do queimado D. Luzia a mãe de Lu, sempre nos dá um belo sorvete, o meu sempre de mangaba. Aqui tem sorvete de Mangaba?
Já estou enjoada de Maçã, Uva, Pêra, eu quero é ir para a feira lá no mercado com papai, tomar caldo de cana, ficar com a boca roxa de mangelão, me entupir de jabuticaba, sentir o cheiro da comida daqueles restaurantes no meio da feira, comprar garrafinhas do refrigerante Hulli Guli, para levar para casa, cavalos e jarro de barro lá no fim do mercado, e de quebra ficar dando risada das poses de defuntos dos retratos do lambe-lambe.
Em Aracaju no domingo, com certeza vou a praia, lá tem um mar de águas quentes bem salgadas, e depois um banho de água doce. Tudo isso no sítio de Robério Garcia,e D. Sinole, amigos de meu pai, e meu amigo apesar da diferença de idades. Ele me conta umas coisas de um país distante, muito empolgado que sei que um dia eu vou entender. São sonhos bonitos, mas falar nessas coisas, me disse papai, é perigoso.
Então, já passou o Natal, eu já fui ver toda a família, um monte de tios, avô, avó, até uma bisa. Se não andarmos rápido, não veremos a procissão de Bom Jesus no Rio Sergipe, no dia 1º do ano. Eu nem gosto muito, ficamos em pé, o sapato dói, a meia esquenta o pé, um vestido rodado que pinica o tempo todo na cintura, e as eternas recomendações “Tenha educação” mas vou com todo prazer.
Tenho certeza de que quando chegarmos, poderei andar descalça no Parque, e no caminho, andando pela Rua de Stº Amaro, falarei com Sr Nelson na Padaria, Sr Constancio Vieira e Dona Costinha sempre sentados na porta, aquele político grandão, com nome de Paixão, e um monte de pessoas que me dão saudades. Terei que ir ao BB, com atenção e cuidado, levar papéis e dinheiro, a tal encomenda, e entregar a Raimundo Luiz, que me devolvera um monte de papéis. E a mesma encomenda no Dantas Freire, onde tem um senhor cheiroso, arrumado, com nome de Murilo. Mas na volta, eu posso ver as novidades da Dernier Cry, embora não tenha dinheiro pra comprar nada. Dou um alô ao Seu João Hora na Moda, entro nas Lojas Brasileiras, vejo na porta da Safira Sr. Vavá e aquele homem feio que pinta a sobrancelhas, e diz que é dono de tudo, grande coisa... E dou uma olhada nas promoções da Casa da Louça, pra contar em casa.
Eu nunca me atraso fazendo os mandados, quando chego Tio Toto e Tia Dira, sempre de bom humor, ainda estão na Bodega de Araujo,que fica na esquina da Laranjeiras com Stº Amaro. Minha mãe ainda não acabou de ler o jornal do dia e a Coluna de Tereza Neuma, e não precisa ligar o radio,só depois da janta (odeio), onde todos comem juntos, e vão ouvir Reinaldo Moura, na Radio Cultura, em “Uma crônica para Você” escrita por Wellington Elias, sempre sobre aniversários de pessoas que nem conheço.Aqui nessa hora, tem sempre uma visita chegando falando muito e lamentando das saudades, ou saindo com sugestões para ficarmos de vez nessa geladeira...
Eles nunca vão me entender... Eu quero o mingau de puba de minha vó, e não aquele saco daquela polenta. Aqui é tudo tão estranho, todo mundo branco, uns loiros, outros de olhos puxados, alguns fazem questão de falar entre os seus em outra língua para não serem entendidos. Pobre do meu amigo Sergio Garcia Moreno, tão moreninho, apesar de ser filho de um velho médico, seria olhado como um estranho no mundo, pouco importa que ele mora ali no parque, e é vizinho de Dr. Lélio Fortes, o meu bendito dentista.
Eu preciso de minha Aracaju, onde todos me conhecem, eu ando a pé, tudo é perto. Não existe aquele monte de prédio escondendo o céu.
Eu sei que aqui sou estrangeira, mas é aqui que quero fincar minhas raízes. O meu Paraná está cada vez mais longe e estranho.

Tania

sábado, 23 de janeiro de 2010

Sangrando



Nó na cabeça
Cantar frio e saudades
Fantasias com mascaras
Sem dono...
Falar a falta pulsante
O tempo vazio
Sem bússolas...
Urge no peito
Um norte com sol
Que guie palavras
Libere a dor
O não mais ser
Margarida sem pétalas
Sem espera de primavera
Sangrando...

Quando estou só


Cedo madrugo
Desci entre angustias
Subo com boca salgada
Madrugada de fantasmas
Povoando lençóis cor de rosa
Um sol ausente
Negando socorro
Cheiro de mofo no ar
Pés friorentos
Baú saqueado na noite passada
Nuvens fujonas
Chega um sono antecipado
Provoca a volta aos sonhos
Buscando refugio ao frio...

Maria Angelica


Fuga pelas coxias. Sem despedidas, nem pedidos de licenças, dispensando aplausos, fugindo do desassossego.
Saiu de cena sem sonhos de voltar, a grande encenação ficou perdida entre rostos surpresos, as lembranças de rotas felizes não impedem um caminhar revolto, doido, cansado onde o esquecer prioriza as horas pardas cheia de cochilos e silêncios.
Calma, que ainda falta um ato para ser encenado, ainda resta comida no prato, o dia não se fez noite, os fantasmas estão em brincadeiras de vai e volta, não deve existir o medo, a luz verde ainda pisca ao longe.
Vamos voltar a cantar velhas canções, dançar na madrugada, correr na chuva molhando a alma doida, brincar com sal e pimenta nas tardes gulosas cheirando frituras doces.
Loucamente sento no degrau escuro esperando em silencio uma volta que não existe. E choro o abandono de uma peça que não pode ser minha.
Vou seguindo pensando em ouvir o riso estridente, entre esperanças de olhos que já não existem, mas que eu espero.
Quem sabe a mão pequena pouse em minha cabeça se fazendo presença em uma hora. Verteremos lagrimas só minhas só suas, que iremos secar em um momento qualquer em que o cheiro do chocolate exista outra vez.

Tania