Meu cantinho

Criei um cantinho para postar os meus primeiros vôos, na inebriante tarefa que é escrever. Aqui tem os meus pensamentos, as minhas revoltas, e tudo o que vai pelo peito de uma mulher que é uma eterna apaixonada.
Coisas de mulher com alma sonhadora.
Mas sem pretensão de ser escritora.
Beijos e beijos

Tania

terça-feira, 18 de agosto de 2009

- Fome


Não sou muito chegada à televisão, em geral tenho sono na frente da telinha, mas uma campanha essa semana me chamou atenção. “Alimentação um direito de todos que precisa estar na Constituição”
E fiquei horas ruminando e dando risada sozinha.
Lembrei de Maria Antonieta a Rainha da França que se fosse viva e morasse no Brasil, certamente repetiria “Que comam brioches” e providenciava prender um monte de baderneiros que perdem tempo em falar de fome de um povo.
Lembrei também de uma senhora, que tem fama de receber muito bem em sua casa, com uma ótima cozinha e um serviço perfeito, que e sempre elogiada por todas as visitas, mas que ao ver o povo querendo receber a tal de Bolsa família para fazer feira disse com um tom de desprezo: “Esse povo só pensa em comida”.
A fome é terrível, e só sabe o peso que já conviveu com ela, que já perdeu seu tempo para vê-la de perto, que consegue sair do seu mundinho, tão cheio de conceitos e preconceitos, adoração ao um Deus que lhe traga apenas benefícios próprios.
Isso me lembra outros tempos também. Onde uma menina enfrentava a ira de muitos, garantia cestas básicas, botijão de gás, e por vezes aluguel de um quarto para seu povo.
São só lembranças. Sou impotente diante de tanta fome, de tanta falta de emprego, diante de tanta mentira junto ao povo.
É! Tomara que a campanha vingue. Tomara que seja realmente garantida na constituição. Mas com verbas próprias onde os governantes terão que garantir comida na mesa do pobre, e não bolsa família, destinada muitas vezes a outras coisas como televisão, aparelhos de Dvd, um sofá razoável e o fatal criatório de ácaros que toda dona de casa faz questão de ter, um bonito tapete na sala de visita.
Apesar de ter sido bela, elegante, de ter ficado na história, que Mª Antonieta não retorne nunca, nem tenha outras seguidoras...
Que o povo coma Feijão, arroz, macarrão, muita verdura, muita fruta, um bom pedaço de carne, e o peixe que o mar oferece.
Parece que é prenuncio de novos ventos.
Quem sabe assim... O meu povo consiga “Ser mais feliz”.

Tania

sexta-feira, 7 de agosto de 2009

- Falta


Não quero ouvir palavras desagradáveis. Não aturo boneca de pano impassíva sendo queimada em noite de aleluia. Não quero que se imponha o esquecimento. Preciso de ar, o oxigênio é pouco e os neurônios agonizam. Saudades rondam deixando a noite gelada. O inverno acampou na minha cama sem perguntar se permito.O corpo sofre com a estranha invasão na madrugada. Preciso de água para lavar o meu vomito. Estou desgarrada escorregando na solidão. Eu preciso de sol que seque meu olho.


Tania

- Seu sono


Seu sono longe do meu, é a fuga de mim feitas em sonhos por entre espaços ainda não vencidos, e um retorno as antigas rotas onde caminhas trazendo novas histórias, carregadas por cheiros e hábitos constantes que se impõe a eterna ciranda.
Rotas antigas, que não permite cascos trotando na madrugada com cheiro de óleo diesel, são campos de bem-me-quer, cultivados em serenos adoçados, em um tempo que o andar com os pés descalços cheirava a alfazema em corpos de um sono só.
Não havia café sem água e açúcar, a musica dos pelos nus era coberta por algodão barato, sujo de areias salgadas nas noites quentes, em que não se permite a falta dos rastros embriagados.
Serei sempre a constante espera solitária, que corre risco de retorno ausentes. Não se perca entre seus sonos, pois a água no fogo não ferve por tempos desconhecidos e o apito das horas soa doce, em prenúncios de outras madrugadas sem saudades.


Tania

domingo, 2 de agosto de 2009

-Tempo no papiro...


Queria eu hoje poder falar do sol quentinho que apareceu depois de uma noite de chuva... Queria poder falar da delícia que é dormir na noite de chuva... Queria cantar a felicidade de um fim de semana no meu paraíso... Mas não posso.
Secam as palavras na cabeça, porque a saudade de outros amanheceres se faz presentes cada vez que a ponte fica para traz. Me nego a passeios, tenho medo de almas perdidas arrastando corrente, em lamentações e choro tardio. Vejo água de chuva e lágrimas se misturarem, se confundirem em poças e valetas pelas ruas nuas sem cor.
E então, a mão se nega a escrever. Cansei de cantar derrotas e desassossegos. A dor que existe nas ruas me confunde os tempos, em lembranças que aos poucos se tornam incômodas. E, uma pergunta insiste em fazer parte dos meus dias. Por quê???
Que quero eu saber de contas, de números mentirosos ou verdadeiros??? Coisas que não fazem parte do dia e da noite de quem tem fome, tem sede de viver o belo, anseia pelo feliz.
Eu quero é poder andar por ruas alegres, sem ranço de decepção. Quero e cantar a alegria do sol quente sem chuva, e viver o friozinho que a noite me traz com gosto de sal.
Não quero lamentos, não quero choro tardio, não quero porquês .
Então eu dou um tempo no papiro, esqueço o computador, seco minha pena.
Que o sal do meu mar me traga novos ventos... Novos tempos...

Tania