Meu cantinho

Criei um cantinho para postar os meus primeiros vôos, na inebriante tarefa que é escrever. Aqui tem os meus pensamentos, as minhas revoltas, e tudo o que vai pelo peito de uma mulher que é uma eterna apaixonada.
Coisas de mulher com alma sonhadora.
Mas sem pretensão de ser escritora.
Beijos e beijos

Tania

sábado, 23 de janeiro de 2010

O mar


O mar... Ele atrai e causa medos... Ele é imensidão, infinitude, que atrai pela liberdade que nos dá de podermos navegar, sem amarras, sem destino, embaladas nos sonhos, livres de conceitos e preconceitos.
O mar me atrai e o gosto de sal mexe com todo o todo o meu metabolismo, me trazendo coragem, aumentando meu libido, provocando uma troca, um casamento de corpos e de espírito. Meu corpo é dele, e suas águas me fazem viva sem medos. Ele me possui eroticamente, tira minha roupa, beija meu corpo, me faz dele sem pudor, horas com violência, horas mansamente.
Ah! Quem dera poder viver toda sua profundidade, mergulhar no seu infinito, descobrir seus segredos, conviver com seus habitantes, usufruir o seu silencio por vezes quentes, por vezes gelados. Mas não posso. Ele é grande e poderoso. Prevalece-se da sua grandeza e depois que me possui me joga na areia. Não importa se viva ou morta. Eu já não sirvo.
Como um ser supremo, dono da vida, não me permite que vasculhe o seu mundo, em uma curiosidade desmedida que o incomoda. Seu mundo, seus segredos são só seus. Já me permite molhar os pés, por que mais que isso? Se me atrevo enfrenta-lo é por ser boba e desconhecer o respeito que ele exige que se tenha.
Não tenho medo. O nosso amor é maior. Com o tempo, vou envelhecendo e ele não percebe que só eu envelheço, ele se renova a cada amanhecer, e não respeita a minha falta de agilidade, o meu corpo enrugado, meus cabelos brancos, que já não sou a que ele conheceu pequena, que ele ensinou a amá-lo que colocou seu gosto de sal na minha boca, que casou com ele tantas e tantas vezes.
Então... Eu olho namoro, desejo possuí-lo, molho meus pés com saudades, e simplesmente sento na areia. Ele não me permitiu vive-lo sem limites. Só me permitiu como aos poetas, sonhar...

Tania

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