Meu cantinho

Criei um cantinho para postar os meus primeiros vôos, na inebriante tarefa que é escrever. Aqui tem os meus pensamentos, as minhas revoltas, e tudo o que vai pelo peito de uma mulher que é uma eterna apaixonada.
Coisas de mulher com alma sonhadora.
Mas sem pretensão de ser escritora.
Beijos e beijos

Tania

segunda-feira, 20 de abril de 2009

- Quando se é avó


Como filha de pais separados, criei uma capa para me proteger das dores que uma tumultuada separação de pais deixa no coração, e com isso inclui toda uma família junto, que sempre se acham no direito ou dever de comentar, aconselhar, ”se meter” na vida e nas opções que as pessoas fazem.
Criei filhos, mas como toda trabalhadora, mais preocupada com o trabalho, horários, em uma roda-viva, que a vida moderna nos impõe (graças a Deus) sempre dependendo de secretárias domésticas, da casa de uma ou outra vó, e por vezes até de avô.
Minha satisfação pessoal e o meu ego estavam cada dia mais satisfeitos. Afinal, eu era muito boa no que me propunha a fazer, e os elogios, presentinhos, o salário e gratificações, próprios de quem lida com políticas, e políticos, me agradavam profundamente. Não tinha problemas com marido, que sempre esteve ao alcance do celular, por perto, prontinho a me socorrer de uma cantada, uma confundida de opções sexuais, e outras coisas que a vida no meio de político traz. Afinal, eu lidava com homens sempre arrumados, que usam um bom perfume importado, e que sempre tem dinheiro para pagar bem mais que uma Coca-cola, e que por vezes confundiam a minha função. Também quem manda ser bonita e ter perna grossa... rsrsrsr.
Meus filhos cresceram, e o evento Lula, me fez adiantar minha aposentadoria. Fiquei meio que perdida. Aos 48 anos, aposentada, meu partido fora do poder, e eu tomando as rédeas da casa depois de muitos anos. A depressão andou dando sinais que seria minha companheira, mas eu não me dei por vencida, afinal sou Ariana, e voltei a estudar, a ler, hábito que andava raro nos meus dias, porque para mim a mulher que resolve ser apenas prendas do lar, acaba perdendo o respeito por si mesma (preconceito meio brabo). E aproveitei também para voltar a trabalhar na Educação da Prefeitura, coisa que nunca tinha feito por estar eternamente requisitada para outros órgãos.
Tudo muito bem, até o dia que meu filho me comunicou que eu seria Avó pela 1ª vez. E agora? Minha vaidade não me deixava curtir o ser avó. Achava-me muito nova ainda. Mas o que não tem remédio... Remediado está!
Nasceu uma menininha linda. Mas a mãe que desse o peito e aprendesse a dar banho, eu tinha muita coisa com que me ocupar que não incluía recém nascida.
Mas, a vida nos reserva sempre surpresas, que não esperamos. Quando a minha neta estava com três meses, em uma noite de surpresas, me foi devolvido o filhão com a filha nos braços. E agora, o que fazer?
Opa! Tive que aprender, ou reaprender a cuidar de uma criança. Meu marido foi cúmplice e pai muito mais que avô. Eu aprendi músicas, histórias infantis, a fazer bonecos, borboletas, joaninhas, baratinha com laço de fita na cabeça, que eu dava vida em minhas mãos. Comecei a descobri o quanto prazeroso é ser avô-mãe. Como o amor é diferente, e grande.
E foi o amor que senti por Safira que me fez mudar. A descobrir o sentido e a importância da minha família.
Hoje, já não me importo com opiniões, comentários, simplesmente me divirto com eles, quero sim resgatar o convívio, o conhecer descobrindo em cada um deles um pouco dos meus traços.
Safira, veio ao mundo, me fazer mais tolerante, mais humana, mais amor.
A vida, realmente nos reserva surpresas!!
Tania

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